Irmandade apresentou produto gastronómico com a presença do Arcebispo de Braga
O santuário de S. Bento da Porta Aberta, em Terras de Bouro, disponibiliza, a partir de seis de janeiro, um apreciável atrativo gastronómico, a pensar nos peregrinos, visitantes e turistas: os biscoitos de S. Bento.
Apresentado no santuário, este novo produto da doçaria conventual é confecionado pelas Irmãs Trapistas de Palaçoulo (Trás-os-Montes), no âmbito de uma parceria com a Irmandade de S. Bento da Porta Aberta.
«Uma delícia!». Foi este o comentário mais ouvido aquando da degustação dos Biscoitos de S. Bento, que foram apresentados no dia da festa da Epifania, na Capela da Adoração Permanente do Santuário de São Bento da Porta.
Entre os presentes estavam o Arcebispo Metropolita de Braga, D. José Cordeiro, o Bispo auxiliar, D. Delfim Gomes, o presidente da Irmandade de São Bento da Porta Aberta, o padre Miguel Paulo Simões, entre outros convidados.
Confecionados pelas Irmãs Trapistas no seu Mosteiro em Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro, os Biscoitos de São Bento surgem depois de uma experiência bem sucedida com o docinho feito para o santuário do Bom Jesus do Monte em Braga.
No momento da apresentação, D. José Cordeiro felicitou esta parceria, referindo que os biscoitos ou os doces «também traduzem a vida de um mosteiro e de um santuário».
«Esta é uma nova possibilidade que o santuário e a basílica de S. Bento da Porta Aberta neste Ano Santo Jubilar têm a oferecer aos peregrinos e a todas as pessoas que por aqui passam. É mais um elemento acrescido nesta diferenciação que constitui este lugar tão belo e aprazível para o encontro com Deus, connosco próprios e com a natureza», destacou.
Os Biscoitos de São Bento são confecionados à base de produtos endógenos caseiros, destacando-se o mel e a laranja do Gerês. A este fruto junta-se a amêndoa de Trás-os Montes, colhida pelas Irmãs Trapistas nas terras do Mosteiro de Palaçoulo.
Elogiando esta preferência pelos produtos locais, D. José Cordeiro notou que os biscoitos constituem também «alimento para o caminho», numa peregrinação em que o «alimento principal é a Palavra de Deus».
O Arcebispo felicitou as Irmãs do Mosteiro de Santa Maria Mãe de Deus de Palaçoulo por empreenderem este trabalho de pastelaria na sua vida monástica diária, numa comunidade que conta já com 14 Irmãs, quatro das quais portuguesas que se juntaram às dez fundadoras.
D. José Cordeiro aproveitou para convidar os presentes, assim como quem o desejar, a visitar estas Irmãs da Ordem Cisterciense da Estrita Observância, lembrando que o Mosteiro de Palaçoulo tem uma hospedaria.
Irmandade contribui para o desenvolvimento local
O presidente da Irmandade de S. Bento da Porta Aberta explicou que esta ideia de disponibilizar biscoitos surgiu com o objetivo de proporcionar aos peregrinos uma lembrança do santuário, tal como já acontece noutros locais de culto, como o Santuário de Bom Jesus.
O padre Miguel Paulo Simões destacou que para isso houve a preocupação por parte da Irmandade, naquele que é o seu compromisso de assumir um papel no desenvolvimento de Terras de Bouro, de recorrer a produtos locais, como mel e laranja, sem descurar a componente ecológica, dado que a embalagem é feita em papel reciclado.
Para a Irmandade, este produto de doçaria é uma forma de enriquecer a oferta do santuário e contribuir para a sustentabilidade do espaço, preservando a identidade e os valores ambientais que o Santuário de S. Bento representa.
A Irmã Anunciada, do Mosteiro de Palaçoulo, além de mencionar alguns dos principais ingredientes utilizados na confeção dos biscoitos de S. Bento, revelou que esta é uma receita adaptada de um doce italiano, com a introdução de produtos endógenos e o toque criativo das Monjas Trapistas que, desta forma, cumprem também a regra do fundador, S. Bento, “ora et labora”.
Os Biscoitos de S. Bento estão disponíveis numa embalagem em papel podendo ser adquiridos na Casa das Estampas de S. Bento da Porta Aberta e também no Bom Jesus, pelo preço de 7 euros, disse o tesoureiro da Irmandade, Varico Pereira, que foi quem lançou o desafio às Montas Trapistas para esta parceria que poderá no futuro abrir a porta para outras novidades.
Jorge Oliveira,
In “Diário do Minho”, 5/01/2025